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O problema do casamento moderno


O casamento vem sofrendo uma variedade de mudanças e desafios. Além das batalhas legais a respeito de quem pode se casar ou não, ainda há a forte expectativa que colocamos em nossos envolvimentos. Embora não pareça, elas podem ser um fardo para a outra pessoa, a ponto de causar o rompimento de um relacionamento.

Segundo Erica B. Slotter, PhD e psicóloga social na Universidade de Villanova, nos EUA, mesmo no caso de casais que permanecem casados, muitos confessam estar insatisfeitos em seus relacionamentos. Mas o que mudou no casamento desde os anos 70 que o tornou menos atraente para alguns, menos satisfatório para outros, e em geral menos estável? Descubra a seguir.

A alta expectativa nos relacionamentos
Erica explica que alguns pesquisadores culpam a facilidade com que podemos nos divorciar hoje, o declínio geral no desejo das pessoas de se casar, além do declínio no respeito pela família — apesar de a maioria dos americanos ainda expressar o desejo de se casar e permanecer otimista sobre suas chances de ter uma união feliz. No entanto, também existe outra explicação para o problema do casamento moderno: “Talvez estejamos simplesmente esperando demais sem investir tempo e esforço suficientes em nossos relacionamentos para tornar tais expectativas alcançáveis”, comenta a especialista num texto publicado por ela na Psicology Today.


Durante diversos períodos da história esperamos que o outro satisfizesse nossas necessidades por recursos (dinheiro, colocar comida na mesa, etc.), segurança e carinho. Mas o casamento moderno, ou o que os pesquisadores chamam de “casamento autoexpressivo”, exige contato, conexão, crescimento pessoal e realização. Seu parceiro pode facilmente ser seu melhor amigo, coisa que não acontecia no passado, porém hoje por vezes chega a ser uma exigência.
Como reverter esse panorama?
Estudos recentes de Eli Finkel, PhD e professor de psicologia social, indicam que os americanos estão investindo menos tempo e esforço para manter seus relacionamentos em relação às décadas anteriores. E, ao que parece, muitos estão insatisfeitos e desapontados com seu casamento. Para quem vive o problema do casamento moderno e precisa lidar com as altas expectativas de seu parceiro — quando não são suas — veja abaixo as dicas do psicólogo para remediar essa situação.

1) Não alimente expectativas
Primeiro passo: reduza suas expectativas a respeito do casamento. Em vez de culpar o cônjuge por achar que não recebe apoio e encorajamento suficientes, lembre-se que os amigos e colegas também têm esse papel. Despejar todas as expectativas nas costas de seu companheiro pode acabar em decepção.

2) Dê para receber
Invista mais tempo de qualidade em seu relacionamento — note a importância da palavra “qualidade”, isso não inclui ver TV juntos no sofá. A não ser que seja para praticar a dica número 3.

3) Assista romances com ele (a)
Se tornar mais consciente sobre nosso próprio comportamento na relação aumenta a qualidade marital, descobriram os pesquisadores. A sugestão da ciência: assista filmes de romance com seu parceiro e, depois, discuta como eles se aplicam ao seu próprio relacionamento. [Fonte: Yahoo]



Caneta, papel e 21 minutos podem salvar o casamento



Um exercício que demora apenas 21 minutos por ano é o bastante para evitar a queda da felicidade conjugal. Essa é a proposta de um estudo realizado pela Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, que será publicado em breve no periódico Psychological Science. De acordo com a pesquisa, um simples exercício de escrita imparcial sobre as desavenças do casal, a ser realizado três vezes ao ano, pode ajudar a manter a satisfação em relação ao casamento.
Pesquisas anteriores já haviam demonstrado que a satisfação marital, que exerce grande influência sobre a felicidade e a saúde das pessoas, costuma decair ao longo dos anos. Para Eli Finkel, professor de psicologia da Universidade Northwestern e principal autor do estudo, fazer uma intervenção online de apenas sete minutos, três vezes ao ano, pode apresentar resultados impressionantes. “O casamento costuma ser saudável para as pessoas, mas a sua qualidade é muito mais relevante do que a mera existência”, afirma o autor. “Desse ponto de vista, participar de um exercício de escrita de sete minutos três vezes por ano é um dos melhores investimentos que pessoas casadas podem fazer”. 
Pesquisa — Participaram do estudo 120 casais. A cada quatro meses, durante dois anos, todos os cônjuges informaram seus níveis de satisfação com o relacionamento, amor, intimidade, confiança, paixão e compromisso. Eles também elaboraram um resumo baseado na desavença mais significativa que tiveram com o parceiro durante os quatro meses anteriores. No segundo ano, os casais foram divididos em dois grupos: a primeira metade continuou sem atividades extras, e a segunda passou por exercícios de reavaliação — os casais escreveram sobre a desavença mais recente que haviam tido com seus cônjuges sob a perspectiva de uma terceira pessoa, neutra e que deseja o melhor para todos os envolvidos.
Conforme já havia sido mostrado por outros estudos, os dois grupos apresentaram queda na qualidade marital ao longo do primeiro ano da pesquisa. Porém, no segundo ano, os casais que fizeram o exercício de reavaliação não tiveram uma redução na satisfação com o casamento. Apesar de os casais dos dois grupos brigarem com a mesma frequência e por motivos parecidos, aqueles que fizeram o exercício foram menos afetados pelas brigas. “O exercício não só afetou a satisfação conjugal, mas outros fatores do relacionamento, como paixão e desejo sexual, que são especialmente vulneráveis à passagem do tempo”, diz Finkel.  De acordo com o autor, esses efeitos foram observados independentemente da duração do casamento.
Questão de saúde — Para Finkel, a importância do estudo está ligada ao fato de que a qualidade do casamento pode ter implicações na saúde. Ele cita um estudo segundo o qual pacientes que fizeram pontes de safena e se encontravam em uma situação de alta satisfação com o casamento logo após a cirurgia tinham três vezes mais chance de estarem vivos após 15 anos, quando comparados àqueles que tinham uma baixa satisfação com o casamento.
Qual a diferença desse exercício para a terapia de casal comum?
Existem muitas diferenças, mas as duas mais importantes são que essa intervenção não custa nada e só leva 21 minutos por ano. Qualquer pessoa que quiser tentar isso em seu próprio casamento pode começar a qualquer momento. Tudo o que você precisa é uma caneta, um pedaço de papel e sete minutos.
Por que esse exercício simples pode gerar tantos bons resultados?
Quando as pessoas brigam, elas tendem a adotar uma perspectiva autocentrada. Dessa forma, é fácil sentir que você está certo e o outro está errado, e ficar irritado. Ao adotar a perspectiva de uma terceira pessoa, porém, as pessoas ficam menos irritadas com os conflitos de seu casamento, porque os veem sob uma nova perspectiva. [Fonte: VejaAbril]